Em pé: Fia, Alcides, Rodrigues, Gaspar, Belém e Couto
Agachados: Damião, Gaiola, Cacique, Bruno e Armandinho
Crédito: http://www.diarioweb.com.br/
Uma das formações do esquadrão da equipe ponte-pretana em 1948.
Alcides Alves era um zagueiro-direito (lateral no futebol de hoje) que não deixava o ponta-esquerda adversário andar em campo. Por mais veloz e driblador que era o oponente, ele conseguia neutralizá-lo, com muita garra e determinação. Ficou famoso no Interior nas décadas de 1940 e 1950 e foi intitulado “espeto dos pontas-esquerdas”, tamanha eficiência e regularidade que mantinha nas partidas. Nascido no dia 3 de março de 1926, na Fazenda Recreio, em Colina, Alcides mudou-se bem pequeno para Guararapes, na região de Araçatuba. Seus pais, José e Verônica, foram um dos primeiros moradores da cidade, na época, um vilarejo. Começou a sentir prazer em jogar futebol na infância. Em 1939, ele mostrava seu talento no time do grupo escolar de Guararapes. Depois defendeu o juvenil da cidade e a equipe amadora da Associação Atlética Guararapense. Apesar das qualidades indiscutíveis, Alcides nunca pensou em seguir carreira no futebol. Seu sonho era se tornar dentista. Na juventude foi estudar no Colégio Diocesano de Lins, onde começou a paquerar sua futura esposa, Sophia Safadi, normalista do Colégio Maria Auxiliadora. Destacou-se no time de futebol da escola e recebeu convite para ingressar no Colégio Ateneu Paulista de Campinas.
Foi tricampeão do Campeonato Aberto Estudantil, entre 1943 e 1945. No primeiro ano, o Ateneu faturou o título invicto e na final, no Pastinho, antigo campo do Guarani, derrotou a Escola Técnica da Academia de Comércio São Luiz por 2 a 0, gols de Piolim (contra) e Paulo César. O Ateneu jogou com Luiz Carlos; Murilo e Alcides; Roberto, Valdir e Angelino; Lineu, Medea, Paulo César, Paulo Maia e Antônio. O São Luiz formou com Elcir; Stefanini e Casamassa; José (Nonzinho), Alfi e Aldo; Meireles, Raimundo (Careca), Batibugli, Lourenço (Piolim) e Augusto. O árbitro foi Luiz Alves Camargo e a renda somou Cr$ 254,00. No ano seguinte, na decisão, o Ateneu ganhou de 1 a 0 da Escola Bento Quirino. “Ele jogava e tomava conta do time e em troca tinha bolsa de estudos”, informa dona Sophia. Em razão das boas apresentações recebeu convite para defender Guarani e Ponte Preta. Disputou dois amistosos pelo Bugre, na vitória de 3 a 1 sobre o Mirassol, no dia 29 de julho de 1945, e no empate de 4 a 4 com o Uchoa, dois dias depois. Não se ambientou no Guarani e resolveu ir para a Ponte, assinando o seu primeiro contrato profissional no dia 1º de setembro de 1945.
Permaneceu na Macaca até 1950. Neste período, atuou no primeiro amistoso internacional da equipe, no empate de 1 a 1 com o Libertad, do Paraguai, e foi bicampeão do Amador promovido pela Liga Campineira de Futebol (1947/1948). Defendeu a Ponte em nove derbys contra o Bugre, com três vitórias e seis derrotas. O primeiro em 18 de agosto de 1946, com triunfo bugrino por 3 a 0, e o último em 9 de outubro de 1949, que terminou 1 a 0 para o Guarani. Com ele em campo, a Macaca ficou em 3º no Campeonato do Interior de 1947 e em 7º no Paulista da Primeira Divisão de 1948. Alcides participou do jogo inaugural do estádio Majestoso (atual Moisés Lucarelli), na derrota de 3 a 0 para o XV de Piracicaba, no dia 12 de setembro de 1948, no primeiro campeonato com a Lei de Acesso em vigor no futebol paulista. Sempre atuando com aplicação e entusiasmo, Alcides é lembrado até hoje na Ponte. Tanto que no livro “Luta, Obstinação e Vitória”, de José Bertazzoli, publicado em 2000, ano do centenário do clube, o nome dele foi incluído entre as principais revelações da equipe, junto com Dicá, Oscar, Juninho Fonseca, Ailton Lira, Wanderley Paiva, os goleiros Carlos, Waldir Peres e Moacir e outros craques.
Em 1950, o técnico Zezé Procópio o levou para o Botafogo. Sisudo dentro da cancha, fazia de cada partida um penhor de honra. Defendeu o clube de Ribeirão Preto com raro brilho, chegando a figurar na lista de reforços do Corinthians. Conciliava o futebol com o curso de odontologia. Disputou a Primeira Divisão (atual A-2) de 1950 a 1953. Nas horas de folga ia com os amigos ao Pinguim, tradicional bar da cidade. “Ele tomava vitamina, enquanto seus colegas se embebedavam com chope”, recorda dona Sophia. Não demorou para ser apelidado de “Vitamina”. Alcides jogou no Botafogo até março de 1954, quando concluiu a universidade. No dia 29 de julho daquele ano casou-se com Sophia, na Catedral de Rio Preto. Mudaram-se para Andradina, onde, além de trabalhar como dentista, ele jogou no time amador da cidade, foi presidente da Comissão Central de Esportes (CCE) e eleito vereador em 1959.
Agachados: Damião, Gaiola, Cacique, Bruno e Armandinho
Crédito: http://www.diarioweb.com.br/
Uma das formações do esquadrão da equipe ponte-pretana em 1948.
Alcides Alves era um zagueiro-direito (lateral no futebol de hoje) que não deixava o ponta-esquerda adversário andar em campo. Por mais veloz e driblador que era o oponente, ele conseguia neutralizá-lo, com muita garra e determinação. Ficou famoso no Interior nas décadas de 1940 e 1950 e foi intitulado “espeto dos pontas-esquerdas”, tamanha eficiência e regularidade que mantinha nas partidas. Nascido no dia 3 de março de 1926, na Fazenda Recreio, em Colina, Alcides mudou-se bem pequeno para Guararapes, na região de Araçatuba. Seus pais, José e Verônica, foram um dos primeiros moradores da cidade, na época, um vilarejo. Começou a sentir prazer em jogar futebol na infância. Em 1939, ele mostrava seu talento no time do grupo escolar de Guararapes. Depois defendeu o juvenil da cidade e a equipe amadora da Associação Atlética Guararapense. Apesar das qualidades indiscutíveis, Alcides nunca pensou em seguir carreira no futebol. Seu sonho era se tornar dentista. Na juventude foi estudar no Colégio Diocesano de Lins, onde começou a paquerar sua futura esposa, Sophia Safadi, normalista do Colégio Maria Auxiliadora. Destacou-se no time de futebol da escola e recebeu convite para ingressar no Colégio Ateneu Paulista de Campinas.
Foi tricampeão do Campeonato Aberto Estudantil, entre 1943 e 1945. No primeiro ano, o Ateneu faturou o título invicto e na final, no Pastinho, antigo campo do Guarani, derrotou a Escola Técnica da Academia de Comércio São Luiz por 2 a 0, gols de Piolim (contra) e Paulo César. O Ateneu jogou com Luiz Carlos; Murilo e Alcides; Roberto, Valdir e Angelino; Lineu, Medea, Paulo César, Paulo Maia e Antônio. O São Luiz formou com Elcir; Stefanini e Casamassa; José (Nonzinho), Alfi e Aldo; Meireles, Raimundo (Careca), Batibugli, Lourenço (Piolim) e Augusto. O árbitro foi Luiz Alves Camargo e a renda somou Cr$ 254,00. No ano seguinte, na decisão, o Ateneu ganhou de 1 a 0 da Escola Bento Quirino. “Ele jogava e tomava conta do time e em troca tinha bolsa de estudos”, informa dona Sophia. Em razão das boas apresentações recebeu convite para defender Guarani e Ponte Preta. Disputou dois amistosos pelo Bugre, na vitória de 3 a 1 sobre o Mirassol, no dia 29 de julho de 1945, e no empate de 4 a 4 com o Uchoa, dois dias depois. Não se ambientou no Guarani e resolveu ir para a Ponte, assinando o seu primeiro contrato profissional no dia 1º de setembro de 1945.
Permaneceu na Macaca até 1950. Neste período, atuou no primeiro amistoso internacional da equipe, no empate de 1 a 1 com o Libertad, do Paraguai, e foi bicampeão do Amador promovido pela Liga Campineira de Futebol (1947/1948). Defendeu a Ponte em nove derbys contra o Bugre, com três vitórias e seis derrotas. O primeiro em 18 de agosto de 1946, com triunfo bugrino por 3 a 0, e o último em 9 de outubro de 1949, que terminou 1 a 0 para o Guarani. Com ele em campo, a Macaca ficou em 3º no Campeonato do Interior de 1947 e em 7º no Paulista da Primeira Divisão de 1948. Alcides participou do jogo inaugural do estádio Majestoso (atual Moisés Lucarelli), na derrota de 3 a 0 para o XV de Piracicaba, no dia 12 de setembro de 1948, no primeiro campeonato com a Lei de Acesso em vigor no futebol paulista. Sempre atuando com aplicação e entusiasmo, Alcides é lembrado até hoje na Ponte. Tanto que no livro “Luta, Obstinação e Vitória”, de José Bertazzoli, publicado em 2000, ano do centenário do clube, o nome dele foi incluído entre as principais revelações da equipe, junto com Dicá, Oscar, Juninho Fonseca, Ailton Lira, Wanderley Paiva, os goleiros Carlos, Waldir Peres e Moacir e outros craques.
Em 1950, o técnico Zezé Procópio o levou para o Botafogo. Sisudo dentro da cancha, fazia de cada partida um penhor de honra. Defendeu o clube de Ribeirão Preto com raro brilho, chegando a figurar na lista de reforços do Corinthians. Conciliava o futebol com o curso de odontologia. Disputou a Primeira Divisão (atual A-2) de 1950 a 1953. Nas horas de folga ia com os amigos ao Pinguim, tradicional bar da cidade. “Ele tomava vitamina, enquanto seus colegas se embebedavam com chope”, recorda dona Sophia. Não demorou para ser apelidado de “Vitamina”. Alcides jogou no Botafogo até março de 1954, quando concluiu a universidade. No dia 29 de julho daquele ano casou-se com Sophia, na Catedral de Rio Preto. Mudaram-se para Andradina, onde, além de trabalhar como dentista, ele jogou no time amador da cidade, foi presidente da Comissão Central de Esportes (CCE) e eleito vereador em 1959.
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