Em pé: Floriano Peixoto (técnico), Zezé Procópio, João Bala, Lôla, Florindo, Quim
Agachados: Paulista, Alfredo Bernardino, Guará, Nicola, Kafunga e Resende, este último, infelizmente, quase fora da foto.
Crédito: http://www.idelberavelar.com
Agachados: Paulista, Alfredo Bernardino, Guará, Nicola, Kafunga e Resende, este último, infelizmente, quase fora da foto.
Crédito: http://www.idelberavelar.com
Esquadrão Atleticano Campeão do Torneio dos Campeões de 1936.
Sim, houve um Torneio Inter-Estadual de Clubes em 1920 e um Torneio Rio-São Paulo em 1933. Mas não seria exagero dizer que o primeiro grande campeão inter-estadual do Brasil foi o Clube Atlético Mineiro, seguindo sua tradição de pioneirismo. A Federação Brasileira de Futebol convocou os detentores dos títulos de 1936 nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo para decidir quem seria o “campeão dos campeões”.
O Galo, depois do bicampeonato de 1926-27 e da histórica inauguração do Estádio Antônio Carlos em 1929, foi bicampeão em 1931-32. O primeiro campeonato mineiro profissional foi realizado em 1936, também com vitória do Galo, numa campanha sensacional: 12 jogos, 9 vitórias, 1 empate, 1 derrota; 49 gols pró, 14 gols contra. Foi essa conquista que carimbou o passaporte da equipe para a disputa inter-estadual, que também contou com o Fluminense, a Portuguesa de Desportos e o Rio Branco.
A estréia não poderia ter sido pior. O Galo foi às Laranjeiras enfrentar os tricolores e levou uma goleada impiedosa: 6 x 0. Chegou a se dizer que o time daria vexame. Depois de apanhar no Rio, o Galo fez uma viagem ao Espírito Santo e ficou no empate em 1 x 1 com o Rio Branco. Mais animada, a equipe voltou a Belo Horizonte sabendo que teria três jogos consecutivos em casa. Ainda mordido pela goleada sofrida no Rio, o Galo massacrou a Portuguesa por 5 x 0.
Tendo terminado o turno com 1 vitória, 1 empate e 1 derrota, o time ainda estava em boas condições de brigar pelo título, pois faria 2 dos 3 últimos jogos nas Alterosas. O próximo desafio era a revanche contra o forte time tricolor. Motivado, o Atlético-MG mais uma vez o honrou o apelido de Galo Vingador. Goleou com facilidade por 4 x 1. Já embalados, os atleticanos sabiam que o Rio Branco, jogando em Belo Horizonte, não seria páreo. E não foi. Galo 5 x 1.
A viagem para São Paulo, diz a lenda, foi cercada de tensão. Um empate já seria suficiente para garantir o título, mas o Galo fez melhor. Derrotou a Portuguesa de novo, desta vez em seus domínios, por 3 x 2, sagrando-se Campeão dos Campeões, título que depois entraria com destaque no hino definitivo do clube, composto por Vicente Mota em 1969. Como é de costume nas conquistas do Galo, a comemoração em Belo Horizonte ficou marcada nos anais como uma festa inesquecível. A Massa tomou a cidade na recepção aos ídolos.
O time Campeão dos Campeões de 1936 formava com Kafunga, Florindo e Quim; Zezé Procópio, Lôla e João Bala; Paulista, Alfredo Bernardino, Guará, Nicola e Resende. Aí vai a foto, que é retirada do Estado de Minas. Note-se mais uma vez o pioneirismo do Galo (e não me canso de insistir nisso): em pleno 1936, o Campeão dos Campeões do Brasil levou às Laranjeiras uma equipe formada quase em sua totalidade por negros e mulatos.
Veja abaixo a súmula do último jogo do Torneio
PORTUGUESA DE DESPORTOS (SP) 2 X 3 ATLÉTICO MINEIRO (MG)
Data: 14/02/1937
Local: Rua Cesario Ramalho / São Paulo (SP)
Público: 15.000 pessoas
Arbitro: José Fockler
Gols: Aurélio e Heitor, Guará (2) e Paulista
PORTUGUESA DE DESPORTOS: Rodrigues; Osvaldo e Serafim; Fiorotti, Duílio e Barros; Joãozinho, Aurélio, Arnaldo (Heitor), Laércio e Pasqualino.
ATLÉTICO MINEIRO (MG) : Kafunga; Florindo e Quim; Zezé Procópio, Lola e Bala; Paulista, Alfredo Bernardino (Bazzoni), Guará, Nicola e Resende (Elair) / Técnico: Floriano Peixoto.
Fontes
http://www.idelberavelar.com (texto)
http://brfut.blogspot.com (súmula)
Jorge, tudo bem?
ResponderExcluirSeu blog é simplesmente espetacular! Estava fazendo uma pesquisa para a série ESQUEMAS CLÁSSICOS do meu blog e encontrei este incrível Esquadrões de Futebol. Muito bom mesmo. Passarei a segui-lo.
Fiz a análise tática da seleção brasileira de 82 e, agora, fiz também a análise e o desenho tático da Holanda de 74. Espero a sua visita e a sua opinião.
Abraços, Marcelo Costa.
http://esquemastaticos.blogspot.com/2009/08/classicos-holanda-x-uruguai-copa-74.html
Valeu Marcelo pela visita e o seu blog é muito interessante com a abordagem dos esquemas táticos
ResponderExcluirdas equipes.
Vou adiciona-lo á minha lista de favoritos.
Abraços
Caro amigo,
ResponderExcluirUma correção: o Torneio dos Campeões contou, na verdade, com CINCO estados.
Explica-se: na época a cidade do Rio formava o Distrito Federal - uma federação à parte, separada do Estado do Rio (cuja capital era Niterói), da mesma forma como é hoje com Brasília e Goiás.
O Distrito Federal (Rio) e o Estado do Rio tinham campeonatos diferentes, assim como o atual Distrito Federal (Brasília) e Goiás.
Então os participantes foram os campeões:
Distrito Federal - Fluminense (Rio)
Estado de São Paulo - Portuguesa (SP)
Estado de Minas Gerais - Atlético (BH)
Estado do Rio de Janeiro - Aliança (Campos)
Estado do Espírito Santo - Rio Branco (Vitória)
Porém como o Estado do Rio e o Espírito Santo eram considerados mais fracos, tiveram que disputar uma primeira fase, onde o Rio Branco se classificou. Na segunda fase, final, é que restaram 4 estados.
Abs!
Meu pai jogava nesse time de 1936, mas a foto está cortada. Apelido: Duda - Danger field - Sylvio Rodrigues Maia.
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