1955
Em pé: Alfredo Ramos, De Sordi, Poy, Clélio, Bauer, Vitor Paulada e o mordomo Serrone. Agachados: Haroldo, Dino Sani, Gino, Remo e Teixeirinha.
Crédito: Blog do Milton Neves
Foi no São Paulo que Dino Sani começou a mostrar para todos o que era capaz. Tinha começado nos juvenis do Palmeiras. Não se sabe porquê, o pessoal do Parque Antártica o deixou sair. Foi parar no Comercial. Logo estava no São Paulo. Poucos jogadores tiveram tanta intimidade com a bola. Com quem podemos comparar o seu estilo hoje em dia? Vários nomes atuais passam pela minha cabeça: não vejo nenhum. Vou encontrar no passado: Zizinho, com quem Dino jogou no Tricolor e foi campeão paulista.
A bola humilhada, custava a deixar seus pés. Mesmo que ela não chegasse de frente, Dino encontrava um jeito de ir buscá-la, com o lado externo do pé, mostrando a infiel onde era o seu lugar. Esse fascínio lúdico tornava-se um espetáculo particular. Nenhum assistente queria que ela largasse o pé do amo. Havia o temor de ela ser maltratada adiante. Que ficasse ali os noventa minutos. Essa dependência da bola em relação a Dino custou-lhe o lugar de titular da Seleção, em plena Copa da Suécia. Os outros também queriam brincar com o redondo artefato. Zito, que tinha um jeito mais eficiente e de quem a bola não era escrava, tomou-lhe o lugar.
Ora, o que diferencia o futebol dos demais esportes é o fascínio pelo domínio da bola. Pode-se argumentar que no basquete também há o domínio da bola. Mas é um domínio com as mãos. Qualquer um, desde pequeno, pode dominar a bola com as mãos. Isso se aprende. Quero ver com os pés, com o lado dos pés. E não estou falando de circo ou de exibidores de controle, que se apresentam no intervalo dos jogos. Esses estão sozinhos com a bola. Só podem perdê-la para eles mesmos. Com Dino era diferente. Todos queriam tomá-la. E Dino não deixava. Escondia o brinquedo dos adversários e, dizem as más línguas, dos companheiros também.
O grande craque exibiu seu talento na Argentina, com a camisa do Boca, e na Itália, formando no campeoníssimo Milan. Voltou ao Brasil, fazendo companhia a outro jovem mestre, Rivelino. O Corinthians passou a ser o melhor time do Brasil. Mesmo não abocanhando títulos, o time era tão bom, que o apelido Timão se firmou nessa época. Enganam-se aqueles que pensam que Timão tem a ver com o escudo do time. Mera coincidência. Virou Timão porque tinha Dino Sani e seu explosivo escudeiro Rivelino.
Dino Sani nasceu em São Paulo no dia 23 de maio de 1932.
Foi campeão mundial em 1958
Campeão paulista em 1957 pelo São Paulo
Campeão italiano em 1962
Campeão europeu em 1963 pelo Milan.
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