terça-feira, 4 de agosto de 2009

S.E. Palmeiras


Crédito: http://www.pontoverde.com.br/

Nos anos 80, chegou-se à conclusão de que o Campeonato Brasileiro estava inchado demais. Só para se ter uma idéia, nada menos do que 93 equipes disputaram a edição de 1979, e era chegada a hora de colocar ordem na casa. Mas como a CBD, predecessora da atual CBF, escolheria quais os clubes que disputariam a divisão de elite do futebol nacional?

A solução foi transformar os campeonatos regionais em classificatórios ao Brasileirão. Assim, cada estado recebia um número de vagas de acordo com a sua importância no cenário nacional. São Paulo foi o que mais lugares ganhou – meia dúzia – e, desta forma, os seis primeiros classificados no Paulistão de 1980 garantiram um lugar na chamada Taça de Ouro de 1981. Já do 7º ao 14º não restou outra alternativa senão se contentar com a Taça de Prata, equivalente à atual Série B.

Tão somente o 16º colocado no Campeonato Paulista do ano anterior, o Palmeiras nem a esta competição havia feito jus. Porém, numa transação até hoje pouco explicada, Taubaté/SP e XV de Jaú abriram não de suas vagas e, com isso, o Verdão pôde disputar o torneio. Na época, muito se falou que a diretoria alviverde havia comprado seu lugar e enviado dinheiro às duas equipes interioranas, mas até hoje isso nunca foi provado.

O fato é que tivemos, humildemente, de disputar a Segundona naquele ano. Na primeira fase, o Verdão não encontrou nenhuma dificuldade, vencendo quatro (América/SP, São Paulo/RS, Novo Hamburgo/RS e Inter de Santa Maria/RS) e empatando três (Ferroviária/SP, Criciúma/SC e Comercial/MS) partidas. Campeão de sua chave, passou à etapa seguinte e teve de medir forças com duas equipes bem mais tradicionais: Americano/RJ e Guarani/SP.

O regulamento do Brasileirão previa que os campeões dos quatro grupos da Segunda Fase da Taça de Prata já seriam promovidos à Taça de Ouro na mesma temporada, podendo inclusive disputar o título. E foi pensando nesta possibilidade, que diminuiria um pouco o vexame da queda, que o Verdão encarou os quatro jogos seguintes.

Após um primeiro turno equilibrado, no qual cada um dos três times ganhou um e perdeu o outro jogo, o time de Campinas/SP deu um gigantesco passo rumo à elite ao golear o adversário carioca por 4 a 1, no Brinco de Ouro. Para piorar, o Verdão não conseguiu vencer em Campos/RJ, e o 0 a 0 no placar levou a decisão da vaga para a última rodada.

Até então, o Guarani somava 4 pontos, seguido pelo Palmeiras, com 3, e pelo Americano/RJ, também com 3 mas já matematicamente eliminado. Ou seja: somente a vitória recolocaria nosso time dentre os grandes ainda naquela temporada. Daí todo o nervosismo que envolveu nossos jogadores, no primeiro tempo já bastante superiores mas incapazes de abrir o placar.

Foi preciso muita conversa e muita psicologia do técnico Dudu para que o Verdão provasse, no segundo tempo, quem era o grande que estava em campo. E foi então que brilhou a estrela do meia baiano Sena, contratado no começo daquela temporada justamente para ser mais um a ajudar o time a recuperar seu devido lugar. Aos 11 e aos 31 minutos da etapa final, ele fez explodir o Palestra Itália e se tornou o herói do retorno alviverde à elite do nosso futebol.

Ao apito final de Dulcídio Wanderley Boschillia, que devido a uma grande confusão e a jogadas violentas expulsou cinco jogadores, uma certeza tomou conta de todos: quem é rei jamais perde a majestade.

Súmula do jogo
Competição: Campeonato Brasileiro/1981 – Taça de Prata (Série B)
Jogo: Palmeiras 2 x 0 Guarani/SP
Data: 25/02/1981 - Horário: 21h00
Local: Estádio Palestra Itália – Parque Antártica, em São Paulo/SP
Público: 33.863 pagantes
Árbitro: Dulcídio Wanderley Boschillia/SP
Gols: Sena aos 11 e aos 31 minutos do segundo tempo.
Palmeiras – João Marcos; Benazzi, Marquinhos, Darinta e Jaime Bôni; Vítor Hugo, Sena e Célio; Osni, Paulinho e Baroninho (Romeu Cambalhota).
Técnico: Dudu.
Guarani/SP – Birigüí; Miranda, Édson Magalhães, Édson e Almeida; Edmar (Paulo César), Ângelo e Jorge Mendonça; Lúcio, Careca e Capitão (Da Costa).
Técnico: Zé Duarte.
Cartões Vermelhos: Marquinhos e Vítor Hugo (Palmeiras); Édson, Jorge Mendonça e Careca (Guarani)

2 comentários:

  1. Comentei um tempo atras que eu tinha sido mascote da equipe do União Barbarense em 84 e sem querer achei a foto ontem, me passa seu email em meu blog, ou no seu mesmo nos comentários e eu te envio a foto, um abraço.

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  2. Amigo Aginel
    Pode passar a foto que publicarei. Essa foto tem os nomes dos jogadores? Se não tiver provavelmente vc sabe os nomes.
    Meu e- mail é jorgehenriques@rocketmail.com.
    No aguardo da foto
    Abraços

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