quarta-feira, 6 de maio de 2009

S.E. Palmeiras


Da esquerda para a direita: Oberdan Cattani, Túlio Affini, Turcão, Caieira, Waldemar Fiúme, Zezé Procópio, Oswaldinho, Lula, Arturzinho, Lima e Canhotinho
Crédito: http://www.diarioweb.com.br/

Esquadrão doPalmeiras que faturou o título paulista de 1947

Túlio Affini
Contando com um grande esquadrão, em 1951, o Plmeiras conquistou as cinco coroas - torneio início do Paulistão, Taça Cidade de São Paulo, Paulistão, Torneio Roberto Gomes Pedrosa (equivalente ao Brasileirão de hoje) e a Copa Rio, que os palmeirenses têm como o primeiro mundial interclubes. E todas essas façanhas contaram com a contribuição de Artur Affini, o Túlio, nascido em Cravinhos no dia 17 de junho de 1920, mas radicado em Rio Preto. Túlio ganhou o apelido dentro da família e aos 4 anos de idade mudou-se para Rio Preto. Começou a jogar como alfo-direito (lateral) no juvenil do Turinense, depois foi para o Brasileiro. Em 1940, já como centromédio (volante), foi campeão regional pelo Palestra e no ano seguinte transferiu-se para a Favorita, de Barretos. Atuou ainda na Ponte Preta, de Campinas, antes de chegar ao Jabaquara, de Santos, que na época integrava a Divisão Especial (Paulistão). No Jabuca, ele permaneceu até o final de 1944. “Palmeirense fanático, o alfaiate Orlando Rosseli, de Rio Preto, mandou uma carta de recomendação aos dirigentes palestrinos, que se interessaram e pagaram 70 mil Réis pelo passe dele”, conta Eteocles Affini, o Riri, irmão de Túlio. “O Filpo Nuñez (treinador) chamou Túlio e lhe disse: ‘quita la pelota’, para que ele aprendesse a roubar a bola do adversário”, acrescenta.

Túlio assimilou bem os ensinamentos do mestre e se destacou neste quesito. Um jogo inesquecível ocorreu em 1945, no empate de 1 a 1 com o São Paulo. Ele marcou, de cabeça, o gol palmeirense e depois fez um contra para o Tricolor. O volante foi campeão da Taça Cidade de São Paulo e do Paulistão de 1947, ano em que foi convocado pela Seleção Brasileira, mas não entrou em nenhuma partida da Copa Rocca. Também atuou na seleção paulista. Em 1950, o Palmeiras o emprestou ao Nacional, da Capital. Retornando, ajudou o clube a conquistar as cinco coroas. A mais emocionante delas a Copa Rio (o Mundial, que o Alviverde reivindica até hoje junto à Fifa). Na Chave Paulista estavam Palmeiras, Juventus da Itália, Estrela Vermelha da Iugoslávia e Olympique de Nice da França. Vasco, Nacional do Uruguai, Áustria Viena e Sporting de Portugal integraram o Grupo Carioca. Túlio não foi escalado na primeira fase nas vitórias contra o Olympique (3 a 0) e Estrela Vermelha (2 a 1) e na vexatória derrota por 4 a 0 para a Juventus. Como segundo colocado da chave, na semifinal o Palmeiras enfrentou o Vasco, líder do outro grupo, em dois jogos no Maracanã. No primeiro, o Verdão surpreendeu e fez 2 a 1. Túlio entrou no transcurso da partida no lugar de Waldemar Fiúme. No segundo duelo, com Túlio como titular, houve empate sem gols.

Na outra semifinal, a Juventus eliminou o Áustria Viena (3 x 3 e 3 x 1, respectivamente). Decisão entre Palmeiras e Juventus em uma série melhor de dois confrontos, ambos no Maracanã. Túlio foi titular na vitória de 1 a 0, gol de Rodrigues, na quarta-feira 18 de julho de 1951, e também no empate de 2 a 2, no domingo 22 de julho, resultado que garantiu o título ao Alviverde. Entre 1945 e 1952, Túlio disputou 224 jogos pelo Verdão, com 123 vitórias, 51 empates e 50 derrotas, marcando cinco gols. Túlio deixou o Palmeiras em maio de 1953, transferindo-se para o XV de Jaú. “Jogou seis meses no XV sem ganhar um tostão. Dois anos depois um advogado entrou na Justiça e o Túlio conseguiu receber”, descreve Eteocles Affini. Em janeiro de 1954, Túlio veio para o América, participando de poucos jogos amistosos. Pendurou a chuteira e tentou a sorte como técnico, porém não vingou. “Ele não tinha vocação para ser treinador”, comenta Eteocles. Começou a trabalhar como representante comercial do laboratório industrial francês chamado Steg. “Nesta época, inclusive, ele recusou uma proposta da Ferroviária”, afirma o irmão. Túlio era casado com Nelza Affini e morreu em maio de 1989, vítima de infarto, quando se recuperava de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). A mulher dele faleceu em 2001. Wagner, filho do casal, mora em Araraquara. A outra filha, Neusa, que era médica, morreu vítima de câncer em 2002.

Fonte: http://www.diarioweb.com.br/

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