sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

S.L. Benfica


Equipa 1950/1951
Crédito: http://www.serbenfiquista.com
José Rosário
Avançado, nasceu no Porto a 15 de Agosto de 1924
Épocas no Benfica: 6 (48/54)
Jogos: 98 Goos: 22.
Títulos: 1 (Campeonato Nacional), 3 (Taça de Portugal) e 1 (Taça Latina).
Outros clubes: SL Cartaxo, SL Elvas e Atlético.

Tempos houve no Benfica, aí por volta da transição das décadas de 40 e 50, em que a expressão, não são contas do teu rosário era mais ou menos interdita. É que por lá, por entre outros artistas, havia um tal de Rosário, José de nome próprio, mas sem Rosário, que problema não foi, antes, muitas vezes mesmo, solução para benfiquistas encantar.

Chegou ao clube na época 48/49, instalado ficou na sala de espera da Taça Latina. Não demorou a chamada. Um ano apenas. A Lázio de Roma sucumbiu àqueles 3-0, com Rosário nas abertura das hostilidades. Seguiu-se o Bordéus, primeiro um empate (3-3), mais finalíssima, até prolongamentos à mistura (2-1). Depois, depois foi a glória. O primeiro grande troféu internacional do clube, do futebol luso. Com sabor doce, tão doce, tão doce, que a nível interno o Sporting e os seus Violinos faziam miséria, encostando o Benfica à traseira. Ser o primeiro na Europa de expressão latina, a vingança, o gozo maior foi.

Rosário, diriam os brasileiros, pegou destaque. Flanqueador por vocação, driblava intuitivamente. Era preciso nas assistências, não enjeitava a finalização. Ombreou com alguns dos históricos da praça vermelha. Com Bastos, Félix, Fernandes, Jacinto, Francisco Ferreira, Moreira, Corona, Espírito Santo, Arsénio, Julinho, Rogério. Mais tarde, Águas, Artur Santos, Caiado, Palmeiro. Atingiu quase uma centena de jogos oficiais na categoria principal, com o empréstimo de 22 golos. Tudo reunido numa colecção onde cabem também, em lugar de primazia, um Campeonato Nacional e três Taças de Portugal.

A 10 de Junho de 1951, no Jamor, alinhou a extremo-esquerdo, frente à Académica. Deu goleada (5-1), com quatro golos do inimitável Rogério, uma espécie de papa-golos e papa-taças. Houve festival e, sobretudo, desforra. É que tinham sido os estudantes a ultrapassar o Benfica, na primeira edição da prova, 12 anos antes. Sobrevivente ao naufrágio, Francisco Ferreira exultou com o troféu entre mãos, feito também da massa do talento de Rosário. Um ano depois, cairia o arqui-rival Sporting, após 5-4, com Rogério a desperdiçar um penalti, mas presente no fecho da contagem, a um minuto do fim. Ainda hoje, chovem loas a esse jogo épico, também com a presença de Rosário.

Em 53/54, o abandono, já na casa dos 30 anos. Sem capa, sem batina, ante a Académica. Mas com orgulho de águia. Com o aplauso da plateia. O abraço dos companheiros. A reverência dos adversários. O elogio dos críticos. E o lugar na parada de honra.

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