quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Associação Ferroviária de Esportes


Em pé: Fernando Sátiro, Fogueira, Getúlio, Mariani, Ticão, Bebeto Oliveira, Fernando Paolilo e Vail Mota
Agachados: Maurinho, Luiz Ernesto Lance, Cabinho, Bazani e Nei.

Esquadrão que disputou o Campeonato Paulista de 1970, sob a batuta do técnico Vail Mota.

O centroavante Cabinho, que já havia jogado no América, foi negociado com a Portuguesa. Lance acabou vendido ao Corinthians e o ponta-esquerda Nei fez sucesso defendendo o Palmeiras

Bazzani
"Ele é uma pessoa completa, de caráter. Um exemplo de dignidade que um ser humano pode ter. Eu não vejo minha vida sem sua presença". As palavras de Aparecida Castro Bazani, esposa do maior jogador que já vestiu a camisa da Associação Ferroviária de Esporte (AFE), podem ser transferidas para a relação entre Olivério Bazzani Filho e a Ferrinha. É contra qualquer lógica imaginar Bazzani sem Ferroviária, ou vice-versa.
Natural de Mirassol, Interior de São Paulo, o jovem Olivério participou dos últimos 50 anos de história da Ferroviária. Dos tempos áureos, aos momentos mais difíceis, em que o clube se afundava em dívidas, a figura de Bazzani era sempre constante no gramado da Fonte Luminosa. O ex-camisa 11 começou sua carreira no time infantil de sua cidade-natal. Estreou como ponta esquerda contra um time de várzea de São José do Rio Preto e o destino quis que o gol da vitória fosse dele.

O primeiro contato com a Ferroviária foi em 1951, no amistoso em que o seu time, o Mirassol, enfrentou a equipe de Araraquara. Em 1954, ‘Rabi', como é carinhosamente chamado em Araraquara, assinou o primeiro contrato profissional com a equipe grená e começou sua carreira vitoriosa na Ferrinha. Participou de campanhas inesquecíveis da Locomotiva: os títulos do Campeonato Paulista do Interior de 59, 60, 61 e 62; e a excursão para o exterior em 60 e 63.

Em 1962, Bazzani foi negociado com o Sport Club Corinthians Paulista. A transação foi considerada a maior do futebol paulista na época. Como diria o velho ditado: ‘o bom filho à casa retorna', Bazzani voltou a defender a camisa grená de Araraquara em 65.

"O Bazzani é uma verdadeira lenda na Ferroviária. Um cidadão acima de qualquer suspeita e de uma integridade enorme, tanto como homem ou jogador. Viajei todo o Brasil e, em todos os lugares, inclusive no exterior, o pessoal sempre comentava que o Bazzani levava uma imagem de um time organizado e de profissionais sérios liderados por ele", contou o jornalista e locutor esportivo Wilson Luiz.

O adeus de ‘Rabi' vestindo a camisa da Ferroviária foi em 1973. Na ocasião, Bazzani jogou somente o primeiro tempo da partida contra o Guarani, na Fonte Luminosa. Perguntado sobre o quê significa a Ferroviária em sua vida, o velho mestre não hesitou em falar: "Me sinto orgulhoso em ter vivido e lutado por este time. A gente trabalha a vida toda para ter o reconhecimento que eu tenho aqui dentro. A Ferroviária significa minha vida".

Bazzani faleceu no dia três de outubro de 2007, aos 72 anos. Bazzani sofria de câncer de próstata e lutava contra o Mal de Alzheimer há meses, o que deixou sua saúde bastante debilitada. O último ano foi de sofrimento para o ídolo da Ferroviária. Problemas de saúde o impediram de acompanhar a festa de inauguração do seu busto de bronze, em abril deste ano, localizado na entrada principal do estádio da Fonte Luminosa. No jogo de inauguração do busto, a Ferroviária goleou o Corinthians por 3 a 0, para felicidade de todos que acompanharam a vida do maior jogador da história da Ferroviária: Olivério Bazani Filho.

Por: Felipe Santilho e Emerson Bellini

http://www.ferroviariasa.com.br

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